Poesia
Poesia para mim é vício
Uma droga que preciso
Como para um atleta, exercício
Para o palhaço, o seu riso
Para a noite, o amanhecer
Sou viciada em palavras
Em sentimentos que libertam
Abre das portas as aldravas
Que escondem e encerram
As loucuras do viver
Sou louca, ando por aí à solta
Ando por caminhos estranhos
Não sinto à minha volta
Pesos, medidas ou tamanhos
Sou simplesmente alvorecer
Sou viciada em meus sentidos
Como o sangue falta ao vampiro
São meu alento, meu suspiro
No meu peito entardecer
Poesia é como uma crença
Não se pode escolher destino
Amor desordem ou esperança
no coração ordem e desatino
são da vida o anoitecer
minha droga que embriaga
refaz, traduz, confina a alma
uma luz ou uma praga, dor ou felicidade
que acalma e faz nascer ou morrer.
Ivete Rosa de Souza
iveterosad@gmail.com
- Deixe-me sangrar - 18 de outubro de 2024
- Pés descalços - 9 de outubro de 2024
- Lua - 2 de outubro de 2024
Natural de Santo André (SP) e ex-policial militar, é uma devoradora de livros. Por ser leitora voraz, para ela, escrever é um ato natural, tendo desenvolvido o hábito da escrita desde menina, uma vez que a família a incentivava e os livros eram o seu presente preferido. Leu, praticamente, todos os autores clássicos brasileiros. Na escola, incentivada por professores, participou de vários concursos, sendo premiada – com todos os volumes de Enciclopédia Barsa – por poesias sobre a Independência do Brasil e a Apollo 11. E chegou, inclusive, a participar de peças escolares ajudando na construção de textos. Na fase adulta, seus primeiros trabalhos foram participações em antologias de contos, pela Editora Constelação. Posteriormente, começou a escrever na plataforma online Sweek a qual promovia concursos de mini contos com temas variados, sendo que em alguns deles ficou entre os dez melhores selecionados, o que a levou à publicação do primeiro livro, Coração Adormecido (poesias), pela Editora Alarde (SP). Em 2022, lançou Ainda dá Tempo, o segundo livro de poesias, pela mesma editora.