Ivete Rosa de Souza: Crônica ‘Liberdade e vida’
Onde está a conquista da felicidade? Quando a verdade se repete, dói e repudia, qualquer ato de indecisão e a covardia se repete como um mal, num entrave desarmônico da alegria.
Não se sabe mais o que é liberdade e vida, que se contente com o dia a dia, se comprometendo, se desilude com o descaso, cada vez mais presente em nossos dias. Esse descaso de vida, que assola o nosso mundo. A vida e a alma se corrompem, sem poder soltar o grito preso, oprimido, descabido e indefeso. Só sonhando continuamente a realidade de uma utopia para não morrer no tédio, aprisionado pela social realidade.
Onde está a liberdade de viver o sonho? De correr de braços abertos ao que vier. Liberdade de ser, de amar, de falar, de conhecer, de entender e contestar. Agora a alma fala e a boca cala, tempos de emudecer, de se fazer de surdos.
Como saber se o riso se renova, se não há mais tempo para sorrir? Desaprova qualquer ingenuidade, a derradeira de algum coração puro. Onde está a paciência e a compreensão do outro? Onde se buscar e encontrar a verdade? Se ela já não mais existe, não mais persiste a consciência, e a demência se consola no cotidiano. Como ser humano?
Neste mundo corrupto, nesta depravação sem nexo de vaidades. Nestas desconexões da pura realidade. Quando o peito dos expropriados parece explodir, por que existir? Os atos de alguns destroem milhares, a dor de muitos é a recompensa e o orgulho de outros, cada vez mais insaciáveis, mais degenerados, mais famintos por poder, por glória, por dinheiro. E a raça humana relegada à descrença, à miséria, ao infortúnio de não ter, e ainda paga com sua ignorância a abundância desenfreada dos que nos levam a ruína.
Ivete Rosa de Souza
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Natural de Santo André (SP) e ex-policial militar, é uma devoradora de livros. Por ser leitora voraz, para ela, escrever é um ato natural, tendo desenvolvido o hábito da escrita desde menina, uma vez que a família a incentivava e os livros eram o seu presente preferido. Leu, praticamente, todos os autores clássicos brasileiros. Na escola, incentivada por professores, participou de vários concursos, sendo premiada – com todos os volumes de Enciclopédia Barsa – por poesias sobre a Independência do Brasil e a Apollo 11. E chegou, inclusive, a participar de peças escolares ajudando na construção de textos. Na fase adulta, seus primeiros trabalhos foram participações em antologias de contos, pela Editora Constelação. Posteriormente, começou a escrever na plataforma online Sweek a qual promovia concursos de mini contos com temas variados, sendo que em alguns deles ficou entre os dez melhores selecionados, o que a levou à publicação do primeiro livro, Coração Adormecido (poesias), pela Editora Alarde (SP). Em 2022, lançou Ainda dá Tempo, o segundo livro de poesias, pela mesma editora.