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A carne de quem ama

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Letícia Mariana: Poema ‘A carne de quem ama’

Leticia Mariana
Letícia Mariana
"Minhas lágrimas eram sangue invisível"
“Minhas lágrimas eram sangue invisível”
Criador de imagens do Bing

Amanheci incendiando meus dizeres,
Banhei meu suor com seus afiados olhos.
Senti a dor do peito de quem sofre,
A carne estúpida de quem ama.
Minhas lágrimas eram sangue invisível – invisibilidade tamanha.
Minhas queixas eram histeria – mentira que você guarda de forma insana.
Quem ama não enxerga a morte,
Quem ama ignora que está morrendo.
Quem ama quer contar com a sorte,
De um tempo onde só há sofrimento.
Quem ama não calcula o prejuízo,
Quem deseja não semeia o eu lírico.
A carne de quem ama é ferida aberta,
A carne de quem ama jamais desperta.


Letícia Mariana


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