Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Artigo: ‘Louvor à vida’
A interação entre: pessoas que se respeitam, e querem bem; entre povos soberanos que não interferem nas decisões uns dos outros; e entre nações que não recorrem à ingerência interna, umas das outras, das opções que tomam, é, provavelmente, um dos caminhos a seguir, para se alcançar a paz, porque é inadmissível qualquer tipo de intervenção que prejudique uma população inteira.
No passado, tal como ainda hoje; «O colonialismo, novo ou velho, que reduz os países pobres a meros fornecedores de matérias primas e mão de obra barata, gera violência, miséria, emigrações forçadas e todos os males que vêm juntos … precisamente porque ao pôr a periferia em função do centro, nega-lhes o direito a um desenvolvimento integral. (…) Digamos não às velhas e novas formas de colonialismo. Digamos sim ao encontro entre povos e culturas. Bem-aventurados os que trabalham pela paz.» (PAPA FRANCISCO, 2016:113-114).
Sempre que existe uma predisposição para a interação, tendo por objetivo valores superiores que dignificam a pessoa humana, e lhes proporciona melhores condições de vida, então, nestas condições, poder-se-á afirmar que as pessoas, os povos, as nações estão a trabalhar para o bem comum, considerando este como: «O conjunto das condições de vida social que permitem, tanto aos grupos como a cada membro, alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição.» (Gaudium et Spes, 26, in Ibid.:119).
A pessoa humana passa, rapidamente, por este mundo terreno. Se não tiver o bom senso e a clarividência para compreender esta sua frágil, e efêmera condição, e pensar, que jamais desaparecerá da face da Terra, portanto, poder envolver-se em todos os planos maléficos e diabólicos, contra os seus pares, mais tarde ou mais cedo, aperceber-se-á que se equivocou e, quanto tal acontecer, será demasiado tarde para arrepiar caminho, e enveredar pelas práticas do Bem.
Deverá ser, sempre na convergência de boas ideias, de boas práticas e de objetivos nobres, que o mundo habitado por esta humanidade, poderá melhorar, para que todas as pessoas, independentemente de quaisquer ideologias, orientações, faixas etárias, estatutos e desempenho de atividades diferenciadas, tenham, justa e merecidamente, uma qualidade e nível de vida, de acordo com a sua condição superior de “Ser Humano”.
O bem-estar geral não se constrói no conflito, na guerra, na perseguição e, muito menos, isoladamente, porque: «Uma nação que procura o bem comum, não pode fichar-se em si mesma; as redes de relações abonam a sociedade. Assim no-lo demonstra o problema da emigração dos nossos dias. Hoje é indispensável o desenvolvimento da diplomacia com os países vizinhos, que evite os conflitos entre povos irmãos e contribua para um diálogo franco e aberto dos problemas.» (Ibid.:121-122).
Quando se reflete sobre a necessidade de convergência de sinergias, tendo por objetivo o bem-estar geral, pretende-se sobrepor o coletivo ao individual, muito embora se defenda que se cada pessoa estiver bem, então, o mais provável, é que toda a comunidade também se sinta mais confortável, e esta situação é a que mais interessa a todas as pessoas, porque, salvo melhores e comprovadas opiniões, só temos uma vida física, por isso, é de bom senso, usufruí-la bem.
Pensa-se que: «O bem-estar que faz referência apenas à abundância material tende a ser egoísta, tende a defender interesses parciais, a não pensar nos outros e a deixar-se levar pela tentação do consumismo. Assim entendido, o bem-estar, em vez de ajudar, incuba possíveis conflitos e desintegração social; instalando-se como perspetiva dominante, gera o mal da corrupção que faz desamimar imensamente e causa tanto dano.» (Ibid.:120).
Acontece, em todo o caso, que a vida é, ao que tudo indica, experienciada uma só vez, pelo menos na sua dimensão física. Todas as iniciativas que possam conduzir a que cada pessoa alcance uma vida melhor, em todos os seus principais aspetos, serão sempre bem-vindas, apoiadas e coparticipadas, dá-se a importância em congregar o máximo de sinergias, e desenvolver as melhores estratégias para termos condições e motivos para glorificarmos a vida humana, em primeiro lugar, e depois a vida de todos os seres que connosco coabitam neste Planeta.
A vida será tanto mais confortável e digna quanto a soubermos vivenciar, a cada instante, em cada dia, semana, mês e ano, por isso, é necessário que não se invoquem sempre, e quase que exclusivamente, direitos, porque estes implicam deveres e vice-versa, até porque de outra forma, talvez nem conseguiríamos uma sublime vivificação, apenas própria do Ser Humano.
Bibliografia
PAPA FRANCISCO (2016). Proteger a Criação. Reflexões sobre o Estado do Mundo. 1ª Edição. Tradução, Libreria Editrice Vaticana (texto) e Maria do Rosário de Castro Pernas (Introdução e Cronologia), Amadora-Portugal:20/20 Nascente Editora.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
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Natural de Venade, uma freguesia portuguesa do concelho de Caminha, é Licenciado em Filosofia – Universidade Católica Portuguesa; Mestre em Filosofia Moderna e Contemporânea – Universidade do Minho – Portugal e pela UNICAMP – Brasil; Doutorado em Filosofia Social e Política: Especialização: Cidadania Luso-Brasileira, pela FATECBA; autor de 14 Antologias próprias: 66 Antologias em coedição em Portugal e no Brasil; mais de 1.050 artigos publicados em vários jornais, sites e blogs; vencedor do III Concurso Internacional de Prosa – Prémio ‘Machado de Assis 2015’, Confraria Cultural Brasil – Portugal – Brasil; Prêmio Fernando Pessoa de Honra e Mérito – Literarte – Associação Internacional de Escritores e Artistas do Brasil’ 2016; Vencedor do “PRÊMIO BURITI 2016”; Vencedor do Troféu Literatura – 2017, ‘ZL – Editora’ – Rio de Janeiro – Brasil, com o Melhor Livro Educacional, ‘Universidade da Vida: Licenciatura para o Sucesso’; Cargos: Presidente do NALAP – Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa; ; Condecorações: Agraciado com a ‘Comenda das Ciências da Educação, Letras, Cultura e Meio Ambiente Newsmaker, Brasil’ (2017); Título Honorífico de Embaixador da Paz; Título Nobiliárquico de Comendador, condecorado com a ‘Grande Cruz da Ordem Internacional do Mérito do Descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral’ pela Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística; Doctor Honoris Causa en Literatura” pela Academia Latinoamericana de Literatura Moderna y la Sociedad Académica de Historiadores Latinoamericanos.