Ella Dominici: Poema ‘A paz’
Ela é nua da cor da luz
tem nuances em tons de Azuis
matizada em voláteis véus
olorando o sentir dos céus
A paz
Tem ternura dos olhos teus
tem sorrisos de mil bebês
é cantada por rouxinóis
e embalada por roxos sóis
Há paz
nos Jardins de lavandas pois
há esperanças de dois em dois
nas lagunas dos aimorés
e nas bacias de lava-pés
Há paz
Na subida aos lares lívios
ouço os silvos de bem-te-vis
vis à vis un amour plus vif
nos prazeres sabor de aniz
Há paz
cirandando nas entrelinhas
balançando crianças minhas
e as tuas e as de ninguém,
abraçando n’importa quem
A paz
Oh meu Deus nos ensine paz!
Ilumine em caminhos sãos
pacifique os meus irmãos
nas mãos da alma, nos dedos meus
Haja Deus haja paz de Deus
Resplandeça mais paz mais paz!
paz aos homens de boa vontade
Há paz
na esperança de um ano bom
o vindouro será melhor
todos nós vamos dando laços
em abraços não somos sós
no som, musicais notas vão.
doar sintonia pólen nos ares
do fraterno em cada olhar
Invadindo todos lugares
sal dos mares, amor nos lares
e no céu muito mais cristais
e nos homens mais paz, mais paz,
e a paz
não será um aquém fugaz
Que o perene anunciado
seja Deus e Seu Filho amado
ao seu lado e em Seu agrado
ao seu lado e mais integrado!!!
Haja paz
a sublime paz
Ella Dominici
Contatos com a autora
- Soneto do mel - 18 de novembro de 2024
- Morenos fios - 11 de novembro de 2024
- Seres secos - 28 de outubro de 2024
Natural de São Paulo (SP), é endodontista por profissão e formada no curso superior de Língua e literatura francesa. Uma profissional que optou por uma ciência da área da saúde, mas que desde a infância se mostrava questionadora e talentosa na Arte da Escrita, suscitando da parte de um mestre visionário a afirmação de ela ser uma escritora nata, que deveria valorizar o dom que recebera. Atendendo ao conselho recebido, na maturidade Ella cumpre o vaticínio e lança o primeiro livro solo de poemas (Mar Germinal), rompendo com a escrita meramente contemplativa, abraçando fragmentos, incertezas e dualidades para escancarar oportunidades a si como ao outro. Dribla o autoritário tempo, flagra mazelas psicológicas em minúsculas e múltiplas impressões exteriores e internas. É membro da AMCL – Academia Mundial de Cultura e Acadêmica Internacional da FEBACLA. Coautora de várias antologias. Publica na Revista Internacional The Bard e se inscreveu no 8º Festival de Poetas de Lisboa, participando da antologia promovida pelo evento