Ella Dominici: Poema ‘Valsa dedilhada’
Te amo como uma música bela
uma valsa onde danço nos teus passos
te amo como a um piano
onde dedilhados juntos os compassos
te amo no sono de minha noite segura
na clara certeza de tua eternidade
porque sei que de todas as criaturas
és a mais pura nau das tempestades
Te amo voz de tantas frases
de cuidados revelando no clima
de um mundo destemperado
amo aconselhamento em minhas rimas
e quanto vislumbrastes de vitórias
acompanhando todos os momentos
nos intempestivos movimentos de Tchaikovsky
Amada, luz de meu eu-lírico
declaro que seu abrigo proporciona- me
os instrumentos de alimento musical
Tua música, acalentado de sempre
poetiza-me a vida
Antitético jogo de luz em metáfora de amor
és poesia em sinfonia.
Contatos com a autora
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Natural de São Paulo (SP), é endodontista por profissão e formada no curso superior de Língua e literatura francesa. Uma profissional que optou por uma ciência da área da saúde, mas que desde a infância se mostrava questionadora e talentosa na Arte da Escrita, suscitando da parte de um mestre visionário a afirmação de ela ser uma escritora nata, que deveria valorizar o dom que recebera. Atendendo ao conselho recebido, na maturidade Ella cumpre o vaticínio e lança o primeiro livro solo de poemas (Mar Germinal), rompendo com a escrita meramente contemplativa, abraçando fragmentos, incertezas e dualidades para escancarar oportunidades a si como ao outro. Dribla o autoritário tempo, flagra mazelas psicológicas em minúsculas e múltiplas impressões exteriores e internas. É membro da AMCL – Academia Mundial de Cultura e Acadêmica Internacional da FEBACLA. Coautora de várias antologias. Publica na Revista Internacional The Bard e se inscreveu no 8º Festival de Poetas de Lisboa, participando da antologia promovida pelo evento
Ella, com este poema, que fala em valsa, passos e compassos “nos intempestivos movimentos de Tchaikovsky”, vejo agora seus poemas como uma orquestra de câmara. Uma orquestra para um grupo pequeno de pessoas cultas e sensíveis.
Destaco estes versos:
“Te amo no sono de minha noite segura/ na clara certeza de tua eternidade/ porque sei que, de todas as criaturas, és a mais pura nau das tempestades”
“Te amo, voz de tantas frases”
Antitético jogo de luz em metáfora de amor/ és poesia em sinfonia
Muito grata nobre amigo Sérgio, pelas amáveis e sábias considerações, a poesia se agrada de leitores sensíveis !