Ivete Rosa de Souza: Poema ‘Voando’
Como pássaro sem ninho voei durante minha vida
Às vezes me acompanhavam outros passarinhos
E assim a vida se preenchia, mais bonita e colorida
Mas infeliz, os deixei, percorri outros caminhos
Descobri que nesta vida toda cheia de contrastes
É necessário ter algum outro pássaro atrelado
Nos minutos, horas e dias de alegrias ou desastres
Um passarinho perdido, voou sorrindo a meu lado
Foram anos que se passaram, contando cada segundo
Ali estava o ninho, num coração remendado
E ele nunca negou as asas que também tinha
Ele e eu, voando afora por esse vasto mundo
Queria que fosse eterno esse amor enraizado
Nas asas que se foram, levando também as minhas.
Ivete Rosa de Souza
Contatos com a autora
- Deixe-me sangrar - 18 de outubro de 2024
- Pés descalços - 9 de outubro de 2024
- Lua - 2 de outubro de 2024
Natural de Santo André (SP) e ex-policial militar, é uma devoradora de livros. Por ser leitora voraz, para ela, escrever é um ato natural, tendo desenvolvido o hábito da escrita desde menina, uma vez que a família a incentivava e os livros eram o seu presente preferido. Leu, praticamente, todos os autores clássicos brasileiros. Na escola, incentivada por professores, participou de vários concursos, sendo premiada – com todos os volumes de Enciclopédia Barsa – por poesias sobre a Independência do Brasil e a Apollo 11. E chegou, inclusive, a participar de peças escolares ajudando na construção de textos. Na fase adulta, seus primeiros trabalhos foram participações em antologias de contos, pela Editora Constelação. Posteriormente, começou a escrever na plataforma online Sweek a qual promovia concursos de mini contos com temas variados, sendo que em alguns deles ficou entre os dez melhores selecionados, o que a levou à publicação do primeiro livro, Coração Adormecido (poesias), pela Editora Alarde (SP). Em 2022, lançou Ainda dá Tempo, o segundo livro de poesias, pela mesma editora.
Belíssimo soneto, Ivete! Com um final retumbante:
Ele e eu, voando afora por esse vasto mundo
Queria que fosse eterno esse amor enraizado
Nas asas que se foram, levando também as minhas.