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Joker: Folie à Deux

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Bianca Agnelli:
‘Ecos de loucura: Mergulhando na fragilidade humana em 
Joker: Folie à Deux’

Bianca Agnelli:
‘Note di Follia: Esplorando la Fragilità Umana in Joker: Folie à Deux’


Bianca Agnelli
Bianca Agnelli
Imagem da plataforma Unsplash - Immagine - Immagine da piattaforma Unsplash
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O filme mais comentado, odiado, desvalorizado e subestimado do momentoJoker: Folie à Deux. Dirigido por Todd Phillips, é a tão aguardada sequência do universo cinematográfico, com Lady Gaga no papel de Harley Quinn e um Joker, interpretado por Joaquin Phoenix , que aparece realmente massacrado e maltratado.

Podemos falar sobre os problemas de roteiro que esta película evidentemente tem – especialmente em relação ao personagem de Harley Quinn – mas isso não é suficiente para tornar o filme ‘decepcionante’. Fui ao cinema no último sábado e deixei minhas emoções decantarem, para que a parte racional do meu cérebro não fosse muito influenciada pelo fato de que, sim, este filme realmente me agradou. Tentarei, portanto, falar sobre ele de maneira equilibrada e sincera.

A cena inicial apresenta um pequeno curta-metragem animado, com um estilo retrô e deliciosamente agradável. What the World Needs Now Is Love, o que o mundo precisa agora é amor. É assim que o filme começa, e o amor, com sua aceitação e seu tormento, é um tema pulsante ao longo de toda a narrativa.

A primeira coisa que notei assim que o filme começou foi a extrema degradação e o mal-estar que pesam sobre o personagem principal. Este não é um filme celebrativo. É um filme que quem nunca enfrentou ou quis enfrentar a miséria humana – aquela que, em partes, toca cada um de nós – não conseguirá apreciar. Empatizar com um perdedor sem redenção, abatido pelos eventos e pelas pessoas, exige esforço. Assim como exige esforço olhar de frente para a dureza da realidade sem esperar qualquer prêmio ou compensação.

A narrativa é intencionalmente fragmentada, um reflexo do protagonista. A escolha de Phillips de abandonar a estrutura tradicional do gênero de super-heróis em favor de uma trama mais intimista e reflexiva é arriscada, mas necessária. Aqui, a história não segue o herói em ascensão ou o vilão em busca de vingança: Folie à Deux explora a ideia do colapso da identidade, da fragilidade humana e do fracasso como condição permanente, quase impossível de redimir.

As performances dos atores são o coração pulsante do filme. Joaquin Phoenix, com sua intensidade habitual, não interpreta apenas o Joker: ele molda um Arthur Fleck esvaziado, sem esperança, e, ainda assim, surpreendentemente capaz de sentir um amor desesperado. Lady Gaga, no papel de Harley Quinn, acrescenta uma dinâmica singular: seu personagem é um contraste de ternura e manipulação, uma figura complexa e multifacetada que se afunda em um amor doentio e obsessivo.

O filme estará disponível em streaming em breve, e gostaria de avisar aos leitores do Jornal ROL que, se decidirem assisti-lo, não devem esperar o anti-herói rebelde e icônico do primeiro filme. A escolha aqui foi contar a história sem grandes sensacionalismos. Estamos diante de um ser humano totalmente despedaçado, que conhece de repente um sentimento salvador: o amor. Que o amor, sentido por uma pessoa com evidentes distúrbios mentais, seja algo bizarro, descontrolado e sem lógica é, no fundo, compreensível.

O enamoramento rápido, ou melhor, o incêndio repentino desse sentimento, é narrado com uma fotografia extremamente poética e músicas icônicas, entre as quais se destaca For Once in My Life), cuja letra ressoa em sintonia com o que o Joker sente: “Por uma vez, eu tenho algo que sei que não vai me abandonar, não estou mais sozinho. Por uma vez posso dizer: ‘Isto é meu, você não pode tirar.’”

E ainda assim, mais adiante no filme, veremos o quanto o amor pode elevar a alma humana, mas também quanto Joker se tornou vítima desse sentimento. O amor de Harley não é sincero. Como muitos de nós, ela se apaixonou por uma imagem, por um ícone, não pelo homem real, imperfeito e frágil que se esconde por trás da maquiagem de palhaço.

A complexidade emocional desse Joker reside exatamente em sua ambivalência: queremos amá-lo como ícone, mas temos dificuldade em ver Arthur pelo que ele realmente é. Não há redenção, não há salvação. Apenas uma tentativa de coexistir entre o caos de uma identidade destruída e um amor igualmente destrutivo.

A nível técnico, Phillips brinca bem com as luzes e sombras, ampliando as dualidades do protagonista. A montagem, deliberadamente fragmentada, reflete a instabilidade psicológica de Arthur, e a trilha sonora – que oscila entre tons melancólicos e explosões de alegria enganosa – sublinha magistralmente esse contraste. Mas o ritmo, em certos momentos lento, pode desorientar quem busca uma narrativa mais adrenalínica ou linear.

O filme não é para todos. Não busca entreter, mas refletir a condição humana arruinada, e é aqui que se cria um distanciamento entre o público que esperava por vingança e quem, em vez disso, está pronto para enfrentar a crua fragilidade do ser humano. Não haverá tiroteios insanos, nem uma glorificação do anti-herói. Este Joker é um homem cansado, esvaziado pela vida e pelo sistema que o jogou por terra. E, ainda assim, nessa obscuridade, há uma beleza rarefeita, uma estética sutil que pulsa nos detalhes e nas pequenas evasões oníricas que o filme oferece.

O final, assim como as reviravoltas, não vou contar, porque acredito que devem ser vistos e vividos com os próprios olhos, no silêncio denso das suas emoções. Este filme não precisa de um guia ou de um manual para ser compreendido. É preciso apenas se deixar cair, sem rede, naquela escuridão emocional que nos deixa desconfortáveis, mas que, justamente por isso, tem o poder de nos transformar.

Em um mundo que nos empurra continuamente para as aparências, Joker nos convida a sentar com nossa dor, a olhá-la nos olhos, sem filtros, sem piedade. Não há nada de reconfortante nesta história, mas é exatamente ali, na crua e devastadora vulnerabilidade de Arthur, que emerge uma beleza que não pode ser explicada. Não é uma beleza feita para ser compreendida ou agarrada; é um sopro que escapa, uma centelha que se apaga na escuridão, mas que por um breve instante ilumina tudo o que somos.

E, talvez, no final, a verdade seja esta: nem sempre somos feitos para a vitória, para a glória ou para a redenção. Somos feitos para ser humanos, em nosso caos e em nossa graça, em nosso amor que queima e nos consome, mas que, de algum modo, nos torna vivos.

Não esperem respostas fáceis, nem um senso de completude. Joker: Folie à Deux é como a própria vida: maravilhosa e dolorosa em igual medida. Nem todos estarão prontos para vê-lo, mas quem estiver, sairá diferente, com o coração um pouco mais pesado e o olhar um pouco mais lúcido. E isso, meus caros leitores, já é algo extraordinário.


Bianca Agnelli

Note di Follia: Esplorando la Fragilità Umana in Joker: Folie à Deux

Il film più chiacchierato, odiato, svalutato e sottovalutato del momentoJoker: Folie à Deux. Diretto da Todd Phillips, è l’attesissimo sequel dell’universo cinecomico, con Lady Gaga nel ruolo di Harley Quinn e un Joker, interpretato da Joaquin Phoenix, che appare veramente massacrato e malconcio.

Potremmo parlare dei problemi di sceneggiatura che questa pellicola evidentemente ha – soprattutto riguardo al personaggio di Harley Quinn – ma ciò non è abbastanza per rendere il film “deludente”. Sono andata in sala sabato scorso e ho lasciato decantare le mie emozioni, in modo che la parte razionale del mio cervello non fosse troppo condizionata dal fatto che, sì, questo film mi è davvero piaciuto. Cercherò quindi di parlarne in maniera equilibrata e sincera.

La scena iniziale introduce un piccolo cortometraggio animato, dallo stile retrò e deliziosamente godibile. “What the World Needs Now Is Love”, ciò di cui il mondo ha bisogno ora è l’amore. È così che il film prende il via, e l’amore, con la sua accettazione e il suo tormento, è un tema pulsante lungo tutta la narrazione.

La prima cosa che ho notato appena il film è iniziato è l’estremo degrado e il malessere che gravano sul personaggio principale. Questo non è un film celebrativo. È un film che chi non ha mai affrontato o voluto affrontare la miseria umana – quella che, a tratti, tocca ognuno di noi – non riuscirà ad apprezzare. Empatizzare con un perdente senza riscatto, schiacciato dagli eventi e dalle persone, richiede impegno. Così come richiede impegno guardare in faccia la bruttezza della realtà senza aspettarsi alcun premio o contentino.

La narrazione è volutamente frammentata, specchio del protagonista. La scelta di Phillips di abbandonare la struttura tradizionale del genere cinecomico a favore di una trama più intimista e riflessiva è rischiosa, ma necessaria. Qui, la storia non segue l’eroe in ascesa o il villain in cerca di vendetta: Folie à Deux esplora l’idea del collasso dell’identità, della fragilità umana e del fallimento come condizione permanente, quasi impossibile da redimere.

Le performance degli attori sono il cuore pulsante del film. Joaquin Phoenix, con la sua consueta intensità, non interpreta solo Joker: plasma un Arthur Fleck svuotato, privo di speranza, eppure sorprendentemente capace di provare un amore disperato. Lady Gaga, nel ruolo di Harley Quinn, aggiunge una dinamica singolare: il suo personaggio è un contrasto di tenerezza e manipolazione, una figura complessa e sfaccettata che affonda in un amore malato e ossessivo.

Il film sarà presto disponibile in streaming, e vorrei avvisare i lettori del Jornal Rol che, se decideranno di guardarlo, non dovranno aspettarsi l’antieroe ribelle e iconico del primo film. La scelta qui è stata quella di raccontare la storia senza grandi sensazionalismi. Ci troviamo davanti a un essere umano del tutto spezzato, che conosce improvvisamente un sentimento salvifico: l’amore. Che l’amore, provato da una persona con evidenti disturbi mentali, sia qualcosa di bizzarro, sregolato e privo di logica è, in fondo, comprensibile.

L’innamoramento rapido, anzi, l’incendio improvviso di questo sentimento, ci viene raccontato con una fotografia estremamente poetica e brani iconici, tra cui spicca “For Once in My Life”, il cui testo risuona in perfetta sintonia con ciò che Joker prova: “For once, I have something I know won’t desert me, I’m not alone anymore. For once I can say, ‘This is mine, you can’t take it.’”

Eppure, più avanti nel film, vedremo quanto l’amore possa sollevare un animo umano, ma allo stesso tempo, quanto Joker sia divenuto vittima anche di questo sentimento. L’amore di Harley non è sincero. Come molti di noi, si è innamorata di un’immagine, di un’icona, non dell’uomo reale, imperfetto e fragile che si cela dietro il trucco da clown.

La complessità emotiva di questo Joker risiede proprio nella sua ambivalenza: vogliamo amarlo come icona, ma fatichiamo a vedere Arthur per ciò che è davvero. Non c’è riscatto, non c’è redenzione. Solo un tentativo di coesistere tra il caos di un’identità spezzata e un amore altrettanto distruttivo.

A livello tecnico, Phillips gioca bene con le luci e le ombre, amplificando le dualità del protagonista. Il montaggio, volutamente frammentario, riflette l’instabilità psicologica di Arthur e la colonna sonora – che si sposta da toni melanconici a esplosioni di gioia ingannevole – sottolinea magistralmente questo contrasto. Ma il ritmo, a tratti lento, potrebbe disorientare chi cerca una narrazione più adrenalinica o lineare.

Il film non è per tutti. Non cerca di intrattenere, ma di riflettere la condizione umana spezzata, e proprio qui si crea un distacco tra il pubblico che aspettava vendetta e chi, invece, è pronto a confrontarsi con la cruda fragilità dell’essere umano. Non troverete sparatorie folli, né una glorificazione dell’antieroe. Questo Joker è un uomo stanco, svuotato dalla vita e dal sistema che lo ha piegato. Eppure, in questo buio, c’è una bellezza rarefatta, un’estetica sottile che pulsa nei dettagli e nelle piccole evasioni oniriche che il film regala.

Il finale, così come i colpi di scena, non ve li racconto, perché credo debbano essere visti e vissuti con i propri occhi, nel silenzio denso delle vostre emozioni. Questo film non ha bisogno di una guida o di un manuale per essere compreso. Bisogna solo lasciarsi cadere, senza rete, in quell’oscurità emotiva che ci mette a disagio, ma che, proprio per questo, ha il potere di trasformarci.

In un mondo che ci spinge continuamente verso l’apparenza, Joker ci invita a sedere con il nostro dolore, a guardarlo dritto negli occhi, senza filtri, senza pietà. Non c’è nulla di rassicurante in questa storia, ma proprio lì, nella cruda e devastante vulnerabilità di Arthur, emerge una bellezza che non si può spiegare. Non è una bellezza fatta per essere compresa o afferrata; è un soffio che sfugge, una scintilla che si spegne nel buio, ma che per un breve istante illumina tutto ciò che siamo.

E forse, alla fine, la verità è proprio questa: non sempre siamo fatti per la vittoria, per la gloria o per il riscatto. Siamo fatti per essere umani, nel nostro caos e nella nostra grazia, nel nostro amore che brucia e ci consuma, ma che, in qualche modo, ci rende vivi.

Non aspettatevi risposte facili, né un senso di compiutezza. Joker: Folie à Deux è come la vita stessa: meravigliosa e dolorosa in egual misura. Non tutti saranno pronti a vederlo, ma chi lo sarà, ne uscirà diverso, con il cuore un po’ più pesante e lo sguardo un po’ più lucido. E questo, miei cari lettori, è già qualcosa di straordinario.


Bianca Agnelli


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