José Ngola Carlos: ‘O pecado capital da escola’


A complexidade da vida social reside no fato de que, o que fazemos ou deixamos de fazer tem consequências pessoais e/ou sociais.
Por consequências pessoais, entendemos ser todas as implicações de que fazer ou não fazer que afetam apenas o sujeito praticante ou o seu ciclo restrito de ralações. Quanto às consequências sociais, referimo-nos a todas as implicações resultantes da atuação ou não atuação de um indivíduo sobre a comunidade ou sociedade na qual o atuante pertence ou não pertence.
Assim sendo, o adágio popular que enuncia a proposição de que “toda ação tem um reação”, além da confirmação da sua validade pela experiência da vida cotidiana ou do senso comum e pela experiência científica, precisa ser completada com a noção de que “toda não ação tem uma reação” também.
Uma das responsabilidades sociais da escola é garantir que todos que nela estejam, sob o princípio da inclusão e formação integral ou holística, não apenas adquiram competências existenciais ou sociais, mas que também construam competências de realização ou competências técnico-profissionais.
Uma escola que, no exercício das suas funções, deforma ao invés de formar ou egressa os ainda não formados ou mal formados para sociedade, peca contra si mesma, peca contra o/a estudante e peca contra a sociedade que depositou nela toda a sua confiança de que, na escola, os seus cidadãos seriam formados social e profissionalmente.
Conforme posto no parágrafo anterior, o pecado capital da escola consiste em:
- Deformar ao invés de formar e
- Egressar os malformados
Quando a escola peca, ela sofre, sofrem os seus alunos e alunas e sofre a sociedade que nela confiou os seus cidadãos.
A escola sofre com a paulatina perda da confiança que a sociedade deposita nela. Os estudantes sofrem pela falta da formação necessária para viver ou sobreviver em um mundo capitalista e, por último, a sociedade sofre com a constituição de uma sociedade de homens e mulheres mal formados, o que poderá implicar no aumento do índice de desemprego, marginalidade, delinquência juvenil, prostituição, fuga à paternidade, subnutrição, mortes prematuras, etc., etc.
Quando a escola peca é o povo que sofre!
José Ngola Carlos
Malanje, 24 de Agosto de 2025
Como citar este artigo: Carlos, J. N. (2025:8). O Pecado Capital da Escola. Brasil: Jornal Cultural ROL.
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Natural de Luanda (Angola) e morando atualmente em Malanje (Angola), mais conhecido no meio literário como Kamuenho Ngululia, é Doutorando em Educação na especialidade de Avaliação de Centros e Professores pela Universidade Internacional Ibero-americana (UNINI), Mestre em Educação na especialidade de Organização e Gestão de Centros Educacionais pela Universidade Europeia do Atlântico (UNEATLÂNTICO), Licenciado em Língua e Literaturas em Língua Inglesa pela Universidade António Agostinho Neto (UAN) e Professor de Língua Inglesa no Liceu 42 – 4 de Janeiro, Malanje.

