Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo ‘Jornalismo’


É ponto assente, entre os estudiosos da filosofia da imprensa, que o direito à informação é fundamental, numa sociedade plural e, com tal pressuposto, numa imprensa nacional é indispensável a existência de uma rede de delegados, ou correspondentes, em todo o país, e no estrangeiro, para que se possa ampliar a informação, não devendo nunca o jornalista impor a sua opinião, na medida em que: se por um lado, presumivelmente, poderá desagradar ao leitor, quantas vezes tão bem ou melhor preparado que o jornalista; por outro lado, é necessário salvaguardar o direito do leitor, à boa qualidade e rigor da informação.
Não é fácil para um jornalista obter informações, tantas vezes ocultadas por razões de vária ordem, mas, é fundamental não ignorar que a informação é, em determinadas circunstâncias, mais importante do que as suas próprias opiniões.
A especificidade do jornalista não reside no facto de escrever nos jornais; como não está, também, no facto de ter opiniões, nem de as exprimir, nem de modificar a sociedade mas, bem pelo contrário, a sua função social própria, é transmitir comunicações úteis, é uma tarefa universalista, porquanto ele deve, desde logo, captar os rumores da sociedade, dar sentido a esses rumores, transformá-los objetiva e isentamente em informação, em notícia, porque ele deixou de ser como que um “mago que sabe tudo”, para assumir o papel de especialista em comunicação, por isso, detentor de uma competência técnica nesta matéria.
Um aspeto importante é o que se prende com as facilidades que são concedidas, ou não, ao jornalista para chegar à fonte de informação. Tal obstáculo está diretamente relacionado com a natureza da notícia que pretende divulgar, o seu impacto social, económico, estratégico ou militar e, ainda, com a credibilidade informativa do Órgão de Comunicação que representa, e do reconhecimento público da sua própria idoneidade moral e deontológica.
Naturalmente que hoje em dia, o jornalista deve ter acesso às fontes de informação, todavia, devem ser sempre acautelados os factos que, pelo seu melindre, venham a contribuir para desinformação. O jornalista tem o direito, e a obrigação, de saber, contudo: saber é uma coisa; publicar é outra.
É correto pensar-se que o Poder necessita ao mesmo tempo: do segredo e da propaganda, pelo que se torna legítimo que não só os jornalistas, mas também o público, se esforcem pelo direito à informação, e exijam do Órgão respetivo, transparência, rigor, oportunidade, isenção e, acima de tudo, a salvaguarda da identidade nacional.
Venade/Caminha – Portugal, 2022
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
- Cidadão luso-brasileiro - 28 de novembro de 2025
- Pensar o mundo para o século XXI - 21 de novembro de 2025
- A conflitualidade humana - 10 de novembro de 2025
Natural de Venade, freguesia portuguesa do concelho de Caminha, é Licenciado em Filosofia – Universidade Católica Portuguesa; Mestre em Filosofia Moderna e Contemporânea – Universidade do Minho – Portugal e pela UNICAMP – Brasil; Doutorado em Filosofia Social e Política pela FATECBA; autor de 14 Antologias próprias: 66 Antologias em coedição em Portugal e no Brasil; mais de 1.050 artigos publicados em vários jornais, sites e blogs; vencedor do III Concurso Internacional de Prosa – Prémio ‘Machado de Assis 2015’, Confraria Cultural Brasil – Portugal – Brasil; Prêmio Fernando Pessoa de Honra e Mérito – Literarte – Associação Internacional de Escritores e Artistas do Brasil’ 2016; Vencedor do “PRÊMIO BURITI 2016”; Vencedor do Troféu Literatura – 2017; Cargos: Presidente do NALAP – Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa;; Condecorações: Agraciado com a ‘Comenda das Ciências da Educação, Letras, Cultura e Meio Ambiente Newsmaker, Brasil’ (2017); Título Honorífico de Embaixador da Paz; Título Nobiliárquico de Comendador, condecorado com a ‘Grande Cruz da Ordem Internacional do Mérito do Descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral’ pela Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística; Doctor Honoris Causa en Literatura” pela Academia Latinoamericana de Literatura Moderna y la Sociedad Académica de Historiadores Latinoamericanos.

