Minha nova canção
Ouça, amor, minha nova canção
Não estranhe seu nome no refrão;
Você sempre foi e será a razão,
A alma dos acordes dessa paixão.
Mesclo calmaria e depois tensão
Escrevo distraído com toda atenção;
O motivo mais torpe de minha adoração
Os equívocos da minha maior precisão.
Você fez da minha carência, aptidão…
Necessito desse amor; ser de novo verão.
No inverno, você será minha outra estação:
Cheia de cor, urgência e satisfação.
Desisto de esquecer essa pretensão;
Estou preso nessa minha condição
De amar e cantar minha doce aflição;
Destinar minha música e receber solidão.
Cantar e tocar é a minha profissão;
Perder o fôlego, perder o chão.
Seu nome, meu amor, canto em vão.
Colocar a vida na letra da canção,
Esperar de ti um beijo e repetir o refrão.
Mesclo calmaria e depois, perco a razão;
A alma nos acordes desse tolo coração.
Paulo Siuves
paulosiuves@yahoo.com.br
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Natural de Contagem/MG, é escritor, poeta, músico e guarda municipal, atuando na Banda de Música da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte como Flautista. É graduado em Estudos Literários pela Faculdade de Letras (FALE) da UFMG. Publicou os livros ‘O Oráculo de Greg Hobsbawn’ (2011), pela editora CBJE, e ‘Soneto e Canções’ (2020), pela Ramos Editora. Além desses, publicou contos e poemas em mais de cinquenta antologias no Brasil e no exterior.