Tudo novo ou tudo de novo?
Todo início de ano repete-se o ritual de novas promessas, novas intenções, novos projetos, enfim, mudanças, mas… como concretizar o novo fazendo do mesmo jeito que antes? Não se trata de antigo, porque o antigo deve ser preservado e valorizado. Trata-se do ultrapassado, vencido, inservível.
Quando se fala em vivências e experiências, citando Belchior, “o passado é uma roupa que não nos serve mais”, e, por mais que se queira guardar (a roupa ou o passado), é preciso compreender e aceitar que “o novo sempre vem”.
Mas a vida exige posturas além das metáforas: exige reflexão e ação! Resultados diferentes não são obtidos a partir de repetições de padrão.
É, neste contexto, que trago, logo nos primeiros dias do ano novo, uma provocação: como você tem resolvido suas pendências e seu conflitos? Usa da tática de fuga, de evitação ou de enfrentamento e agressão?
Aprendemos, desde cedo, que conflitos são ruins e devem ser excluídos da nossa vida o mais rápido possível. Cada pessoa tem sua forma de ‘encará-los’, não raras vezes, com um imenso desgaste físico, emocional e financeiro.
Além da provocação, apresento um desafio: e se os conflitos fossem ‘encarados’ como uma oportunidade de mudança? Ruptura à zona de conforto (está mesmo confortável?). E se você buscasse uma forma diferenciada para entendê-los e uma solução que contasse com a presença de uma pessoa capacitada, conhecedora de caminhos efetivos para o diálogo (não para a discussão)? E se, além das suas necessidades e interesses, fosse possível e razoável preservar também os interesses do outro lado, que até agora você chamava de oponente, parte contrária ou mesmo rival?
Não se resolvem pendências com mágoas, agressões e violência. Há opções viáveis e adequadas, dentre elas a mediação. Não, não é um acordo o objetivo, mas é a reflexão sobre a situação e o restabelecimento da comunicação, o enxergar as próprias necessidades sem ter que aniquilar e ignorar as do outro.
Não se busca “ganhar” tudo ou fazer concessões insatisfatórias. Trata-se de uma oportunidade de diálogo, um espaço seguro, sigiloso e confidencial, em que falar e ser ouvido, com respeito, é parte mínima da construção de um consenso, da tranquilidade para tomar decisões pautadas em reciprocidade, prevalecendo o protagonismo (você com poder de decisão) e autonomia de vontade.
A mediação oferece-lhe caminhos que facilitarão sua trajetória e, ao longo dos próximos meses, abordaremos temas relevantes para que você se sinta à vontade para conhecê-la e usufruir, integralmente, dos seus benefícios. Desafiador, não é? Mas, afinal, qual é o seu propósito para o ano que se inicia? Tudo de novo ou tudo novo?
Adriana Rocha
Adriana@lexmediare.com.br
- Élcio Mário Pinto lança 62º livro: ‘Eletro Tupi – Minhas memórias da loja’ - 25 de junho de 2023
- Adriana Rocha: 'Reagindo ao conflito' - 25 de março de 2023
- Adriana Rocha: 'Sob nova direção' - 27 de fevereiro de 2023
Advogada. Escritora. Pedagoga. Produtora pedagógica de conteúdo digital. Tutora em EAD. Mediadora judicial e privada. Instrutora em mediação pelo Conselho Nacional de Justiça. Presidenta da Comissão de Mediação da OAB de Itapetininga. Facilitadora em Justiça Restaurativa (Núcleo de Itapetininga). Facilitadora do Grupo de Trabalho de Câmaras Privadas da Comissão Especial de Soluções Consensuais de Conflitos da OAB/SP.