Ella Dominici: Poema ‘Garganta cristalina em cascata’


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as vozes visitavam os azuis
vagavam no vasto vazio
e vislumbravam à vistas
onde lá moravam encostadas
em vãos que vinham e iam
como cristais pendentes
eram lentes ladeadas, castiçais
ou copos de leite transparentes
as vozes tocam os copos topázios
tirilintar sonoro reverberam
tintintinamente tocam em ecos vazios
o precipício enche-se de ais e anais
de histórias de lá pra cá e lá lá-lás
é o encanto das meninas sabiás
águas agudas são tonalidades
elevam o vão aos céus dos céus
vestem-se de anjos as águas celestes
águas vorazes são trompas cascatais
que bramam leoninas nas variantes
descidas do precipício valioso das vozes
nasce o canto diamante prometido
aos que levam aos homens música
cascateada nas expressões sonoras do destino
não é lírico nem idílico
é salmo novo à paz e liberdade
Ella Dominici
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Natural de São Paulo (SP), é endodontista por profissão e formada no curso superior de Língua e literatura francesa. Uma profissional que optou por uma ciência da área da saúde, mas que desde a infância se mostrava questionadora e talentosa na Arte da Escrita, suscitando da parte de um mestre visionário a afirmação de ela ser uma escritora nata, que deveria valorizar o dom que recebera. Atendendo ao conselho recebido, na maturidade Ella cumpre o vaticínio e lança o primeiro livro solo de poemas (Mar Germinal), rompendo com a escrita meramente contemplativa, abraçando fragmentos, incertezas e dualidades para escancarar oportunidades a si como ao outro. Dribla o autoritário tempo, flagra mazelas psicológicas em minúsculas e múltiplas impressões exteriores e internas. É membro da AMCL – Academia Mundial de Cultura e Acadêmica Internacional da FEBACLA. Coautora de várias antologias. Publica na Revista Internacional The Bard e se inscreveu no 8º Festival de Poetas de Lisboa, participando da antologia promovida pelo evento

