Ella Dominici: ‘Saudosismo daquelas gentes e pássaros’
Saudade tanta atingira os passarinhos
viram queimados outros, a fogo,
rastros deixados lembrariam atos
fúnebres
Àqueles que alçaram
lindo porte e cores, ou ainda cantigas das árvores amigas,
cotidianas sombras às galhardas danças ?
O que cantam estes olentes sentimentos
de saudades dos oboés em odes?
o que falta aos pequeninos emplumados
no sereno amanhecer,
marchando pisadelas em folhas de rasgos
do amarelo outonar do ser ?
“Saí-bicudo”
louvou em celeste hino norte à sul.
em caminhada sabiás aos longo
do retorno anunciado,
admiráveis cantores dizendo palavras versos
e algum grito nos leves estros
ao som de assobio afinado, fogem
do peito-pássaro-poeta-apaixonado,
deixando vozes de amor à vida em seu voo,
às altas virtudes enverga-se meigo ninho
ouvindo falas pios aos ventos mágicos,
passarinhas em seus mimos e carinhos
Constelando-se estrela erguida
que tudo lembrará à selva
no passado-pássaro-pensamento
passarinhando em Gonçalves,
Dias cintila asas de antes
e madrigais momentos galanteios,
Onde sonho, devaneio ido,
ainda gorjeia um chorinho:
Saudades!
Ella Dominici
Contatos com a autora
- Saudosismo daquelas gentes e pássaros - 21 de setembro de 2024
- Eu passo só - 14 de setembro de 2024
- Soneto com cristais de amor - 8 de setembro de 2024
Ella, somente versos ellanianos para pintar de beleza a tragédia da Mãe Natureza!
A mesma saudade de sua terra, que Gonçalves Dias em seus versos poetizava, é a que hoje deixamos em um poema onde os pássaros e biodiversidade
num “chorinho incontido” se indignam com a devastação.
Sérgio, obrigada pelo comentário sensível para com as letras à Mãe natureza!