Ivete Rosa de Souza: ‘Para onde caminha a humanidade’


às 21:09 PM
“A humanidade na contramão da sanidade. Perdeu-se de vez a compostura, o respeito à vida, a perpetuação da espécie.”
Confesso estar deveras assustada com as notícias reproduzidas na mídia com estardalhaço.
O misterioso aparecimento de pais de bebês reborn. Fato esse tão absurdo quanto a valorização de um objeto inanimado. Como pode se levar um boneco de silicone, recheado de fibra, ou seja lá o que for, para um hospital, uma igreja? Exigir tratamento médico como se fossem verdadeiramente humanos?
Se bem que os proprietários de tais objetos, possam eles necessitarem de ajuda especializada com urgência, investidos de insensatez, de loucura temporária, ou acometidos de alguma síndrome de IA, que na moda atual digere e comanda os que têm preguiça de usar sua própria capacidade de pensar, ou distinguir o imaginário e a realidade.
A mídia alimenta e fomenta ainda mais tais comportamentos, fala sobre bebês, bonecos de mães ainda mais irresponsáveis. Enquanto filhos reais são relegados como objetos, e animais domésticos são descartados como lixo nas ruas.
A humanidade na contramão da sanidade. Perdeu-se de vez a compostura, o respeito à vida, a perpetuação da espécie.
Caminhando nas ruas, o que se vê? Pessoas de todas as idades, ao celular, anestesiadas, embriagando-se com as mídias, esquecidas até da própria vida. São tantas notícias mostrando o lado sombrio do ser humano. Tudo isso associado ao excesso de mídias e à distração, sob abdução eletrônica, perda dos sentidos humanos.
Gente que deixou de ser gente para ser pai e mãe de brinquedo, enquanto bebês reais são abandonados.
Pobreza, violência e tantas outras mazelas assolam o nosso mundo, enquanto humanos se conformam em fugir da realidade brincando de boneca. Tem cada uma.
Humanidade em desgraça, fora do eixo, sem compaixão ou crença, sem amor, perdão e inteligência.
Ivete Rosa de Souza
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Natural de Santo André (SP) e ex-policial militar, é uma devoradora de livros. Por ser leitora voraz, para ela, escrever é um ato natural, tendo desenvolvido o hábito da escrita desde menina, uma vez que a família a incentivava e os livros eram o seu presente preferido. Leu, praticamente, todos os autores clássicos brasileiros. Na escola, incentivada por professores, participou de vários concursos, sendo premiada – com todos os volumes de Enciclopédia Barsa – por poesias sobre a Independência do Brasil e a Apollo 11. E chegou, inclusive, a participar de peças escolares ajudando na construção de textos. Na fase adulta, seus primeiros trabalhos foram participações em antologias de contos, pela Editora Constelação. Posteriormente, começou a escrever na plataforma online Sweek a qual promovia concursos de mini contos com temas variados, sendo que em alguns deles ficou entre os dez melhores selecionados, o que a levou à publicação do primeiro livro, Coração Adormecido (poesias), pela Editora Alarde (SP). Em 2022, lançou Ainda dá Tempo, o segundo livro de poesias, pela mesma editora.

