Ella Dominici: Poema ‘Nódoa’


Amanhã desato o hoje nódoa?
meu copo inócuo nem parece de água
E o corpo nocaute resvala
a represar comportas
são chorosa flama
que em lama deságua
Ideias falhas floração rala
renda de folhas velhas
Esqueceram-se da fotossíntese
sobrou amor carbonizado
Carvão de poesia amiga
nós nos umbigos-barriga
Cordão que o ventre instigou ontem vingando
com este hoje minguado
Liberdade mente-me
Ella Dominici
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Natural de São Paulo (SP), é endodontista por profissão e formada no curso superior de Língua e literatura francesa. Uma profissional que optou por uma ciência da área da saúde, mas que desde a infância se mostrava questionadora e talentosa na Arte da Escrita, suscitando da parte de um mestre visionário a afirmação de ela ser uma escritora nata, que deveria valorizar o dom que recebera. Atendendo ao conselho recebido, na maturidade Ella cumpre o vaticínio e lança o primeiro livro solo de poemas (Mar Germinal), rompendo com a escrita meramente contemplativa, abraçando fragmentos, incertezas e dualidades para escancarar oportunidades a si como ao outro. Dribla o autoritário tempo, flagra mazelas psicológicas em minúsculas e múltiplas impressões exteriores e internas. É membro da AMCL – Academia Mundial de Cultura e Acadêmica Internacional da FEBACLA. Coautora de várias antologias. Publica na Revista Internacional The Bard e se inscreveu no 8º Festival de Poetas de Lisboa, participando da antologia promovida pelo evento


Parabéns
Rute Ella, um instigante rendado de poesia cheio de sensibilidade!
Gratidão por nos comover com essa joia!