Ella Dominici: Poema ‘Água aluada’


às 15:25 PM
o olhar da lua se volta ao mar
e vendo águas que borbulham
gestos de ondulações em poesia
sentindo medo do que movimenta
insegurança mal saber nadar
acostumada em carruagens belas
seria sereia ao cair na areia
cálice onde bebe do sal marinho
achampanhado transborda a taça
revive ânima em seu âmago
o olhar lunar se volta ao mar
e vendo águas que lá borbulham
gestos de ondulações em poesia
renasce aluada em profundeza
dessas águas
Ella Dominici
- Ouro derretido à deriva - 4 de dezembro de 2025
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Natural de São Paulo (SP), é endodontista por profissão e formada no curso superior de Língua e literatura francesa. Uma profissional que optou por uma ciência da área da saúde, mas que desde a infância se mostrava questionadora e talentosa na Arte da Escrita, suscitando da parte de um mestre visionário a afirmação de ela ser uma escritora nata, que deveria valorizar o dom que recebera. Atendendo ao conselho recebido, na maturidade Ella cumpre o vaticínio e lança o primeiro livro solo de poemas (Mar Germinal), rompendo com a escrita meramente contemplativa, abraçando fragmentos, incertezas e dualidades para escancarar oportunidades a si como ao outro. Dribla o autoritário tempo, flagra mazelas psicológicas em minúsculas e múltiplas impressões exteriores e internas. É membro da AMCL – Academia Mundial de Cultura e Acadêmica Internacional da FEBACLA. Coautora de várias antologias. Publica na Revista Internacional The Bard e se inscreveu no 8º Festival de Poetas de Lisboa, participando da antologia promovida pelo evento

