Ivete Rosa de Souza: Poema ‘Saudade é vício’
No peito um alarme desperta
um desejo diverso preciso te ver
e na noite mais e mais deserta
sinto o abandono a me emudecer
Quero mais que tua presença vaga
quero paz que acalma, quero amanhecer
sem soluções, sem tormenta, essa chaga
que me sangra o peito desfazer
Tenho tudo não tenho nada
tenho por companhia a solidão
quero como em um conto de fadas
um amor sincero e o teu perdão
Sou mais só quando lembro tudo
o que fizemos e a nossa paixão
em torno de mim o mundo é mudo
desfaz o sonho só lembra a canção
que te levou de mim como o vento
soprando em prosa e verso a nossa desunião
se faz tão extenso o tempo, sento-me
escrevo versos rimas à separação
para te falar que a alma deserta
veio te buscar, mais triste é a realidade
que me torna cega, e às vezes desperta
a dor do esquecimento que lamenta
não te esquece, traz saudade,
tudo o que falo ou calo
sempre será por nós, não desisto
então continuo neste vicio de não te esquecer.
Ivete Rosa de Souza
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Natural de Santo André (SP) e ex-policial militar, é uma devoradora de livros. Por ser leitora voraz, para ela, escrever é um ato natural, tendo desenvolvido o hábito da escrita desde menina, uma vez que a família a incentivava e os livros eram o seu presente preferido. Leu, praticamente, todos os autores clássicos brasileiros. Na escola, incentivada por professores, participou de vários concursos, sendo premiada – com todos os volumes de Enciclopédia Barsa – por poesias sobre a Independência do Brasil e a Apollo 11. E chegou, inclusive, a participar de peças escolares ajudando na construção de textos. Na fase adulta, seus primeiros trabalhos foram participações em antologias de contos, pela Editora Constelação. Posteriormente, começou a escrever na plataforma online Sweek a qual promovia concursos de mini contos com temas variados, sendo que em alguns deles ficou entre os dez melhores selecionados, o que a levou à publicação do primeiro livro, Coração Adormecido (poesias), pela Editora Alarde (SP). Em 2022, lançou Ainda dá Tempo, o segundo livro de poesias, pela mesma editora.