Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘A hora do pôr do sol’
A tarde fenece.
O céu descreve órbitas,
acende nos olhos crepusculares
os mistérios
da tarde.
Na infecunda solitude do tempo,
palavras de adeus,
acenos,
brancos lenços,
despedidas.
Na sombra taciturna
da rua deserta e silenciosa
olhos saudosos desenhados de lágrimas,
saudade incontida,
solidão,
lágrimas.
Na penumbra do ocaso,
e, numa sombra muito fugaz
a tua partida.
Sonhos perdem-se
no vento do teu voo
e em versos descrevem
nas laudas da poesia do tempo.
A vida passa breve, breve…
E, como tudo no fim da tarde
se retrata,
viajo na doce voz do pensamento,
no limiar do pôr do sol.
Ceiça Rocha Cruz
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