Ella Dominici: Poema ‘Despojamento e bodas’


às 14:59 PM
desnudo em meus cantares
todas as coisas a mais
despedindo-me dos lugares
que não me trazem paz
reparto e provo pão
do trigo compartilhado
que não termina, germina
palavras unidas infinitas
da oliveira plantada
colho frutos prometidos
do ofertado e do vivido
óleo da oliva destila
certeza viva
da unção para o outro dia
levo o cálice à boca
com virtude da vinícola
divinamente cuidada
parreira pisada com
energia vencedora
alegria que arrebata
revigora alma cansada
Ella Dominici
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Natural de São Paulo (SP), é endodontista por profissão e formada no curso superior de Língua e literatura francesa. Uma profissional que optou por uma ciência da área da saúde, mas que desde a infância se mostrava questionadora e talentosa na Arte da Escrita, suscitando da parte de um mestre visionário a afirmação de ela ser uma escritora nata, que deveria valorizar o dom que recebera. Atendendo ao conselho recebido, na maturidade Ella cumpre o vaticínio e lança o primeiro livro solo de poemas (Mar Germinal), rompendo com a escrita meramente contemplativa, abraçando fragmentos, incertezas e dualidades para escancarar oportunidades a si como ao outro. Dribla o autoritário tempo, flagra mazelas psicológicas em minúsculas e múltiplas impressões exteriores e internas. É membro da AMCL – Academia Mundial de Cultura e Acadêmica Internacional da FEBACLA. Coautora de várias antologias. Publica na Revista Internacional The Bard e se inscreveu no 8º Festival de Poetas de Lisboa, participando da antologia promovida pelo evento
Seu poema, Ella, é tão saboroso quanto, certamente, é o vinho da imagem!
Um brinde ao seu comentário, neste dia frio necessitamos que o fruto da vide nos aqueça!
Gratidão infinita ao amigo Sérgio Diniz da Costa!