Liberdade geométrica

Daqui de casa vejo o Sol nascer quadrado, raios e ferros listrados, bordados em ponto cruz. Lá em cima, pipas coloridas, confusas driblam fios e linhas de…
Daqui de casa vejo o Sol nascer quadrado, raios e ferros listrados, bordados em ponto cruz. Lá em cima, pipas coloridas, confusas driblam fios e linhas de…
Cantei a canção criança guardada na memória. Beijei flores, lambi doces, redesenhei uma história, borrei as unhas rosas, chorei o choro sentido, sujei meu…
Brancas batinas, em almas deslavadas. Sujas latrinas e velas apagadas. Missa, massa, submissão, circo, cerco, servidão. Podres até o talo, escorrem pelo ralo…
Vestidos pretos plissados, cobrindo joelhos ralados, em cabidezinhos ambulantes no pátio, davam um ar de elegância e disciplina à mansão que se erguia…
Ao voto, ao vinho, à vela, ao veludo colado numa camisa de Vênus, ela disse sim. À cama, ao coito, à cruz, ao coro ensaiado em vitrais e versos, ela disse sim.
Em lustres de cristais cirandam urubus e um negro corvo. Mastigam sempre qualquer estorvo, engolem pedras brutas e vomitam pobres mortais.
As lágrimas vieram mais tarde. As lágrimas de Margaret Sinclair, dessas com gosto de sal de liberdade, vieram dois meses depois da cerimônia na capela, quando