Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Caminho das Pedras’
No silêncio do entardecer
a vida passava.
Percursos íngremes,
trajetos sinuosos,
ora longos,
ora curtos,
cheios de dor,
de solidão,
de saudades.
Enveredava na plácida tarde,
caminhos pedregosos,
juntando pedras,
para construir castelos,
fortes à ventania
e às tempestades.
No murmurejo das águas
do rio Vermelho
e nas pedras dos mistérios,
dos segredos,
da ilusão,
o tempo passou.
Recriava a vida
buscando o cume da montanha,
livrando-se dos tropeços,
tornando os empecilhos transponíveis.
Na solidão dos versos,
sonhos e canções,
canções d’amor
ao murmúrio do vento.
À sombra mortalha do silêncio
sussurros ditavam o tempo,
imprimindo sobre as pedras,
sua história,
sua fortaleza e solidez,
no caminho de pedras do existir.
Ceiça Rocha Cruz
Contatos com a autora
- O poeta da Morte - 18 de novembro de 2024
- Aquarela rochosa - 11 de novembro de 2024
- A Dama - 31 de outubro de 2024
Maria da Conceição Rocha Cruz, conhecida no meio literário como Ceiça Rocha Cruz, é poetisa e escritora de Penedo/AL, funcionária pública federal/MS aposentada. Bacharela graduada em Serviço Social/UNIT Aracaju/SE. Escreve poesias desde 1999. Seu maior ideal é fazer dos sonhos o encanto. Acadêmica e comendadora Ativista da Cultura Nacional da FEBACLA. Embaixadora Imortal da Paz, comendadora da Real Ordem da Águia Dourada de Blekinge e Dra. h. c. em Direitos Humanos e Literatura da OMDDH. Acadêmica da AILAP, AIAP, AILB-FOCUS-Brasil, APLACC, AML, AMBA, AHBLA, AIEB, AICLAB e AINTE. Detentora de honrarias, prêmios e títulos. Coautora em 65 antologias poéticas. Livros solos publicados: No Silêncio da Noite, Caminho das Águas e Poemas Sob um Sol Poente.
O último verso, da última estrofe, Ceiça, é lindíssimo e fecha o poema com Chave de Ouro: “no caminho de pedras do existir”!