Entre a chuva e a luz
Minha história começa em Passa Quatro, onde o amor tinha cheiro de terra molhada e o riso das crianças misturava-se ao canto das panelas na cozinha.
Minha história começa em Passa Quatro, onde o amor tinha cheiro de terra molhada e o riso das crianças misturava-se ao canto das panelas na cozinha.
Nas manhãs em que o Sol nascia a brilhar, hoje resta só pó e pranto a ocultar; o vento chora uma fria melodia, cantando o fim de uma era de poesia.
Cruzamos tempo, espaços e caminhos, dormindo ao som dos ventos, distraídos, mas hoje, enfim, nos vemos reunidos, quebrando a solidão dos desalinhos.
Já fui semente ao pó desamparada, sem luz, sem água, à terra me entreguei;
na luta agreste, em dor desesperada, ergui-me ao sol, no fogo me encontrei.
Molha-me a alma em doce ardor profundo, beijos guardados, abraços sem ter fim,
Transborda em pranto o amor que em mim é o mundo, corrente intensa que não cabe…
Em cores vivas desenhei teu ser. Em cada verso a chama se escondia. Na luz e sombra ergui-te em poesia, e em meu peito aprendi a te escrever.
Sonhar contigo, mesmo além do oceano, imaginar tua pele, quente e morena, te ouvir como eco de uma voz serena, desejar teus beijos em meu rosto insano.