A cidade das máscaras partidas
A cidade sempre foi uma cerimônia silenciosa. As pessoas caminhavam com passos iguais, ritmos iguais, rostos iguais. Não por natureza — mas por medo.
A cidade sempre foi uma cerimônia silenciosa. As pessoas caminhavam com passos iguais, ritmos iguais, rostos iguais. Não por natureza — mas por medo.
Tum tum, Tum tum, dois batimentos por vez. Foi assim que eu senti meu coração bater. Sabes quantos segundos tem um milésimo? Não. Ou talvez saibas. Será que…
O seu passo tem um jeito de apagar o meu. Não é medo — mas é quase um tropeço dentro de mim. Você chega perto e eu viro menino. A orelha esquenta, o olho…
Você chegou… e o tempo se curvou, na curva da rua onde o Sol já pousou. Mas não ficou — e ainda assim ficou num canto da alma que nunca cessou. A casa vazia…
O medo é o pai da audácia, e seu principal algoz.
Meu coração ficou ali, na sua mão. Eu senti quando você o acolheu. Ao mesmo tempo, senti o frio do medo. Com um toque, tive esperança. Senti o calor da sua mão
E no medo esbraseante, olhar cala, o incêndio do tempo a nos derruir, rimas sepultas, a agonia fala, a memória jaz, vazios fruir. A casa mental, medo na…